Diário de Mercado na 3ª feira, 10.08.2016
Índice doméstico tem dia de realizações, prosseguindo a “briga” entre comprados e vendidos no mercado de opções
O Ibovespa encerrou em queda, aos 56.919 pts (-1,33%). O índice agora acumula -0,68% no mês e +31,31% no ano e +15,33% em 12 meses.
O giro financeiro da Bovespa foi de R$ 6,52 bilhões, com o volume à vista em R$ 6,30 bilhões. No dia 8 (último dado disponível) , houve entrada líquida de capital externo da ordem de R$ 133 milhões da Bolsa, reduzindo o saldo negativo do mês para R$ 398 milhões e elevando o acumulado no ano a R$ 16,86 bi.
A “briga” entre comprados e vendidos prosseguiu hoje no mercado de opções sobre ações, cujo vencimento do exercício se dará na próxima segunda -feira (15), tendo como carros-chefes os derivativos da Petrobras PN (PETR4) e da Vale PNA (VALE5).
Já os dados mais fracos do que o esperado no quesito inflacionário , aliados a temores quanto à situação fiscal , trouxeram pressão aos negócios. O índice brasileiro operou deslocado negativamente da trajetória dos índices das bolsa de Nova York e findou com baixa maior.
Na agenda econômica (pg.3 ), domesticamente, a inflação ao consumidor medida pelo IPCA (IBGE) variou +0,52% em julho, versus +0,35% em junho, surpreendendo o mercado que esperava, na média das estimativas, em +0,45%, mas, ficou abaixo do +0,62% de julho de 2015.
No ano , a inflação até julho passou a acumular +4,96%, inferior ao 6,83% consumado nos 7 primeiros meses do ano passado. Já no acumulado em 12 meses, o índice cedeu a +8,74%, contra +8,84% mensurado em junho.
Novamente , o principal responsável pelo avanço foi o grupo de alimentos e bebidas, que oscilou +1,32% em julho, ante +0,71% em junho, respondendo por quase dois terços na alta do mês.
Em nossa visão, ainda que a inflação de julho tenha acelerado, registrou tão somente um movimento pontual, não invalidando a tese que a inflação prosseguirá em franco arrefecimento, devendo finalizar 2016 em torno de 7% - comportamento que será respaldado pelo alívio dos preços dos alimentos e do câmbio. Inclusive, esta idiossincrasia já está sendo sinalizada pelo esmorecimento de preços no atacado (vide dado preliminar do IGP-M), devendo surtir efeitos significativos já na leitura de agosto.
Ainda no âmbito inflacionário, a primeira prévia do IGP-M de agosto denotou estabilidade na leitura (0,00%), desacelerando ante o avanço de +0,55% em junho, na mesma base de comparação - consenso em -0,15%.
Contribuindo para a retração no comparativo mensal , destaque para o IPA-M (60% de peso no índice), em -0,13% ante +0,47% na 1ª prévia de julho, com o IPA -M agropecuário em -0,36% (+0,60% na 1ª prévia de julho) e o IPA -M industrial em -0,03% (+0,42% na 1ª prévia de julho).
Já o IPC-M (30% de peso no índice ) foi de +0,33% (+0,28% na 1ª prévia de julho) e o INCC -M baixou a +0,10% (+1,69% na 1ª prévia de julho).
Na seara dos resultados corporativos do 2T16, segundo nossos analistas, a Cyrela trouxe números considerados negativos, com velocidade de vendas ainda em níveis baixos e um estoque com giro médio mais baixo; a São Martinho (que reporta resultados relativos ao 1Q17 devido à periodicidade da safra) divulgou um resultado positivo, impulsionado pelo câmbio e novo patamar de preços negociados.
Câmbio e Juros Futuros
No mercado de câmbio (interbancário) , mesmo com mais uma atuação do Bacen nos leilões de swap cambial reverso, a divisa norte -americana caiu perante o real, perfazendo baixa em seis dos últimos sete pregões, bem como, atingiu no intraday a menor cotação desde 14 de julho de 2015.
Na parte da tarde, houve alguma recuperação na cotação, e a moeda encerrou valendo R$ 3,1290 (-0,38%), acumulando -3,49% no mês, -21,00% no ano e -9,30% em 12 meses.
No mercado de juros futuros, refletindo os dados de inflação piores do que o esperado, o mercado reprecificou a estimativa de cortes na Selic no futuro próximo e os vencimentos curtos operaram em alta moderada.
Os vencimentos médios e longos permaneceram próximos à estabilidade, persistindo temores quanto a ajustes fiscais que foram compensados pelo recuo do dólar, que firmou mais um passo em sua tendência de queda.
Já o CDS brasileiro de 5 anos cedeu mais uma vez, chegando a 262 pts, contra 267 pts ontem.
Nos mercados estrangeiros, na Ásia, mercados sem direção definida e próximos da estabilidade, reagindo à nova onda de fraqueza do petróleo e no aguardo de dados relevantes na china. Na Europa também bolsas sem rumo definido em dia de agenda fraca, refletindo majoritariamente balanços corporativos.
Confira no anexo integra do relatório de análsie do comportamento do mercado na 3ª feira, 10.08.2016, elaborado por HAMILTON MOREIRA ALVES, CNPI - T , e RAFAEL FREDA REIS, CNPI, analistas de investimento do BB INVESTIMENTOS.
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